O Brinco Do Baptista

Criado pelos pobres, roubado pelos ricos" é uma das frases que marca a Associação Desportiva e Recreativa O Relâmpago. Um grupo de amigos apaixonados pelo futebol decidiu que era hora de devolver o jogo aos seus num retorno à essência das colectividades pelas quais nutrimos afecto: um espaço de ligação à comunidade local. Vasco Alves e Eupremio Scarpa vêm ao Brinco lampejar como deve o associativismo brilhar dentro e fora de campo. Até porque este Relâmpago veio para ficar. Nota: bicicletas incluídas.

"Beneficium juris nemini est denegandi." E muito menos se deve recusar à advogada Leonor Caldeira a vinda ao Brinco do Baptista para explicar o que é o Direito, o que são leis e o que devemos fazer para aproximá-las dos cidadãos. Da família Coxi à necessidade de apoio jurídico gratuito para todos, das molduras penais pesadas às punições morais na imprensa, este episódio vai à barra de tribunal e só pode ter um veredicto

"Tua bandeira é verdade / Inconfundível na cor / A cor preto é da unidade / A cor branco é do amor / Vamos gritar Vitória, Vitória." Guimarães é terra de amor ao futebol, ao futebol do seu clube. O sócio vimaranense João Macedo junta-se ao Brinco, em dia de aniversário do clube, para contar um pouco da história e das histórias do Vitória e quais as razões para a paixão desta gente ser incomparável.

Tiramos a roupa de meia-estação do armário, compramos cadernos novos, canetas e uns livros, voltamos à escola e matamos saudades dos amigos. Setembro é mês de regressos e o Brinco do Baptista está de volta, por enquanto a três mas já a abrir caminho para  mais um ano cheio de grande convidados e muita aprendizagem.

Cacifos, serigrafias, Messi, Insónias em Carvão, Mumford & Sons, Vitória do Sport Clube e Raul Brandão parecem não ter relação com as criptomoedas, mas O Brinco do Baptista está feito para encontrar sentido quando tudo parece estranho. João Zamith faz de professor numa longa aula sobre bitcoin, NFT, blockchain e wallets de informação. Paradise Sorouri - https://www.youtube.com/watch?v=-6qmYd3-8yM

Que saudades dos loucos anos 80s. Eram os tempos dos walkmans, do liberalismo desenfreado, do casamento real de Carlos e Diana, da Pop, do Flashdance, da Rua Sésamo e do Chalana. Oitenta também são os episódios do Brinco do Baptista e neste a conversa não saiu do maple: do regresso da Liga ao Cartão do Adepto, da violência policial ao futebol negócio, passando pela portugalidade de Fernando Pimenta e Pedro Pichardo.

Em 1871, Antero de Quental escrevia Causas da Decadência dos Povos Peninsulares, livro que apesar do nome não é relativo à participação de Portugal e Espanha num Europeu. Para saber um pouco mais desta competição em modo interrail convidámos o jornalista Sérgio Oliveira para contar o que foi viver de mala às costas e zaragatoa no nariz.

Portugal de meados da década de 1990 era um país em transformação: por um lado os ventos da CEE (e depois da UE) modernizavam o Estado e a economia, por outro os hábitos e costumes demoravam demasiado a mudar .A 10 de junho de 1995, um arrastão de cabeças rapadas varreu o Bairro Alto e ceifou a vida de Alcindo Monteiro.  O antropólogo e realizador Miguel Dores junta-se ao Brinco para falar do documentário sobre os acontecimentos dessa noite fatídica e sobre todas as noites de luta que temos pela frente para acabar com o racismo.

O sucesso de um rapper vai muito além da vitória de uma battle, de chegar a uma rádio comercial, de ter um milhão de visualizações ou de andar com um carro de topo. O Cadi junta-se ao Brinco do Baptista para explicar porque há tantos que não entendem o hip hop e mostrar que um artista acaba por colher o que vai semeando. Se uns dizem que é acaso, Tiago diz que é karma e muito trabalho

A Frente Revolucionária de Monsanto, reunida neste espaço de antena sob presidência da comandante Mariana e do seu ajudante de campo Tobias, comunica o seguinte: - aproveitando a ausência de João Tibério, a suspensão temporária da procura do Brinco, dando prioridade à busca de um Piercing; - um interlúdio na promessa de não-supresas de aniversário, feita por Mariana Vilela a João Tibério, iniciada em 2018; - exigência de refeições diárias de paté de borrego e biscoitos de galinha. Comunicamos ainda que todos os testemunhos foram obtidos sem coacção e nenhum dos outros membros do Brinco foi maltratado (estiveram reféns durante as 2h18 habituais, sendo alimentados a arroz de berbigão e sidra). P'lo Comité Central Mariana & Tobias

A relação já vai longa mas não mostra sinais de cansaço. Tal como no primeiro dia, não precisamos de um milagre ou de uns preceitos religiosos para nos juntarmos e pensarmos um pouco o mundo que nos rodeia: da lei Áurea às novas formas de escravatura, do ódio nas redes sociais à violência policial, do inesperado regresso do público aos estádios ao insanável conflito israelo-arábe, do pontapé de Boban aos tiros na favela de Jacarézinho, o Brinco do Baptista é ver, ler, ouvir, questionar, pensar e recomeçar.

Quartograd, St. Pauli, Rayo, NK Zagreb, Clapton, Omonia: "um outro futebol é possível" e estes clubes mostram-no. Pedro Cunha junta-se ao Brinco para falar do presente e futuro dos clubes que são dos adeptos e João Carlos Silva relembra o passado, quando os clubes eram dos trabalhadores. O associativismo e a intervenção dos sócios e amantes da bola pode bem ser o futuro do futebol que se vê confrontado com os fantasmas de superligas.

Ainda é um advérbio de tempo que se usa para descrever neste ou nesse tempo, até agora, por ora, no futuro, além disso, apesar, depois. Este episódio era suposto ser outra coisa, mas o inesperado aconteceu e demos por nós a falar de racismo, de apostas, de Cabo Delgado, de imigração, de esperança e de amor. E ainda há tempo para amar, basta optarmos por viver em vez de sobreviver.

"You're fake news!", gritava recorrentemente o antigo presidente norte-americano. Mas, afinal, o que é desinformação e quais os riscos que as mentiras e "inverdades" trazem à democracia, aos governos e à vida de cada pessoa? A investigadora Inês Narciso junta-se ao Brinco para definir  o conceito de desinformação e de que como podemos (e devemos) trabalhar por um mundo onde a mentira não saía impune.

A Primavera Árabe não é o que parece. Porque, no fundo, nada é o que parece quando as suas estruturas, agentes e momentos históricos são tão díspares. O investigador Diogo Noivo junta-se ao professor Sébastien Louis e ao jornalista Tiago Carrasco para trilhar os dias que vão desde a morte de Mohamed Bouazizi até aos dias de hoje, passando pelo papel dos ultras na revolução e das pressões políticas internacionais sobre o futuro do Norte de África e Médio Oriente.

"Não vejo porque os eSports não poderão estar nos jogos olímpicos." Esta frase pode parecer tão provocadora quanto irrealista mas os desportos eletrónicos chegaram e já são uma das indústrias de entretenimento mais valiosas. A gamer e streamer Ana Guerra mostra o outro lado de um mundo que passou recentemente por um #gamergate e está agora a transformar-se num verdadeiro jogo sem géneros.

"A competência não tem género." Mas faltam presidentes de clubes que deem oportunidades a mulheres e, sobretudo, que as apoiem nos momentos complicados. A treinadora Madalena Gala parte desta ideia para descrever o mundo do futebol neste quinto episódio do Dossier do Feminismo, porque a bola é redonda para homens e mulheres.

"Jane Eyre é uma mulher que cria e revoluciona o seu mundo." Tal como na literatura, as mulheres na política, no jornalismo, ou em cada casa podem e vão mudar o mundo. No quarto episódio do Dossier sobre Feminismo, a política Safaa Dib reflete sobre as exigências e privações que uma mulher passa para triunfar e deixar marca.

"Não há efeito de género na procura de autoconhecimento." A psiquiatra Ana Matos Pires é a convidada do terceiro episódio do Dossier sobre Feminismo e clarifica conceitos como morte, vida, amor, raiva, violência e depressão, e de que forma os cuidados preventivos com a saúde mental têm de ser uma prioridade.

"Não tenho de ensinar a minha filha a proteger-se dos homens, mas o meu filho a não atacar mulheres." No segundo episódio do Dossier sobre Feminismo, Catarina Pereira conta-nos o que é ser mãe, filha, adepta e jornalista num mundo onde o patriarcado é regra e uns nascem mais iguais do que outras.